A deputada e Secretária-Geral do PT da Argélia está presa, por ordem de um Tribunal militar, desde o dia 9 de Maio.
O crime de que é acusada é de um “complot” para derrubar o Regime.
De que complot pode ser acusada uma militante cuja acção política, desde a sua juventude, se confunde com um combate sem tréguas pela defesa da liberdade, da paz, das minorias, da soberania do povo argelino, assente na defesa das suas riquezas (como o petróleo, tão cobiçado pelos interesses imperialistas)?
Se “complot” existe ele é fruto da acção da esmagadora maioria do povo argelino que se recusa a aceitar a continuação do Regime actual, expressa através da mobilização nas ruas de milhões de jovens, de trabalhadores, de cidadãos, uns laicos outros ligados à religião muçulmana.
Por isso, se multiplicam na Argélia as acções para defender a libertação desta combatente, que todos conhecem como ligada à palavra de ordem de defesa de uma Assembleia Constituinte soberana, constituída por deputados e deputadas com o mandato de redigirem uma nova Constituição, de acordo com a vontade daqueles que livremente os elegerem.
A campanha pela sua libertação em Portugal
Para além do voto de condenação da sua prisão, aprovada pela Assembleia da República a 15 de Maio – por iniciativa do BE e que contou com o apoio do PCP, dos Verdes e do PAN (tendo-se abstido os grupos parlamentares do PS, do PSD e do CDS) – há um conjunto de outras tomadas de posição a exigir a sua libertação imediata e incondicional. A nosso conhecimento, já se pronunciaram nesse sentido: o Secretariado Nacional da UGT, o Sindetelco (Correios e Telecomunicações), o Sindicato dos Enfermeiros e o SINDEQ (Indústrias e Afins, UGT) regional de Leiria/Marinha Grande.
Além disso, há vários subscritores de uma Carta à Embaixada da Argélia em Lisboa, que se propõem fazer parte de uma delegação a esta Embaixada para reclamar a libertação imediata e incondicional de Louisa Hanoune.
Campanha internacional
Na própria Argélia foi constituído um comité nacional pela libertação de Louisa Hanoune que, em três dias, recolheu vários milhares de assinaturas de militantes políticos, sindicais e democratas.
Segundo o Acordo Internacional dos Trabalhadores e dos Povos (AIT), que lançou esta campanha internacional, até ao dia 16 de Maio já tinham sido expressas tomadas de posição pela libertação de Louisa Hanoune nos seguintes países:
Na América (Brasil, Chile, Guadalupe, Haiti, México e Perú):
Em África (África do Sul, Benim, Camarões, Costa do Marfim, Guiné, Ilhas Maurícias, Mali, Marrocos, Mauritânia, Níger, Ruanda, Senegal e Togo);
Na Ásia (Coreia do Sul);
Na Europa (Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Reino Unido, Roménia e Suíça, além de Portugal);
No Médio-Oriente (Líbano e Palestina).
Lutar pela libertação de Louisa Hanoune é ajudar a Revolução argelina a caminhar no bom sentido.
É contribuir para que vingue a vontade dos povos de todo o mundo – e, em particular, do Norte de África e do Médio-Oriente – na sua luta pela Paz, o Pão, a Liberdade e a Democracia.