POUS

Com a Revolução do 25 de Abril, milhões de trabalhadores e de jovens, de todos os sectores da sociedade portuguesa, uniram-se para tomar em mãos os seus destinos.

Apostaram, então, na construção de uma nação livre e independente, que proclama a paz, que quer um País assente na justiça social, na saúde, na qualificação e na cultura, na cooperação entre os povos.

Um segmento importante destes homens e mulheres, destes jovens, voltou-se para o Partido Socialista, construíram-no como o partido que defendia os sindicatos livres (unidade sindical) e independentes, a liberdade e a existência das comissões de trabalhadores, a banca nacionalizada (ao serviço da economia nacional), bem como da nacionalização dos sectores vitais da economia (transportes, energia, comunicações), para uma sociedade democrática e de progresso.

Profundamente ligados às conquistas do 25 de Abril, não hesitaram em assumir a luta democrática contra as forças políticas que – cavando a divisão e o ódio entre os trabalhadores – abrindo caminho à ditadura militar, sob uma capa de esquerda.

No mesmo processo e no calor da revolução impuseram, com a maioria dos trabalhadores, que os deputados na Assembleia Constituinte inscrevessem na Constituição portuguesa de 1976 as principais conquistas da revolução.

Este imenso movimento chocou-se com a política do governo do PS, dirigido por Mário Soares, provocando um movimento de contestação no seio deste partido que levou à expulsão de alguns militantes e ao afastamento de milhares, frustrados com a política de um governo socialista que afirmava “ser necessário pôr o socialismo na gaveta”.

Foi a primeira grande ruptura do PS; os militantes saídos desta ruptura procuraram continuar o combate democrático para que o PS assumisse uma política consentânea com a vontade popular.

Continuando a mesma luta, nunca interrompida, para defender todas as conquistas da revolução de Abril, fundaram mais tarde o Movimento para a Unidade Socialista – MUS.

O MUS reuniu, em congresso, com a Organização da IV Internacional – Organização Socialista dos Trabalhadores – OST, em 1979, e as duas organizações fundiram-se constituindo o POUS.

O POUS tem hoje como objectivo continuar essa mesma luta, pelo socialismo, pelos direitos e liberdades, por uma sociedade baseada no trabalho para todos, na saúde, no ensino público e republicano, na Segurança social solidária, pelo controlo do Estado sobre os sectores-chave da economia, para possibilitar o desenvolvimento económico e social. Tais objectivos colocam, mais do que nunca, na ordem do dia a necessidade de que seja constituído um Governo que rompa com as directivas da União Europeia e procure a cooperação e entreajuda com os outros povos da Europa e do mundo. Este será o caminho para a União Livre das Repúblicas Soberanas, incompatível com as instituições totalitárias da U.E., incompatível com a “Constituição” europeia.

Membro da IV Internacional, o POUS apoia e desenvolve as iniciativas do Acordo Internacional dos Trabalhadores e dos Povos que, em todo o mundo, promove a defesa das Convenções da OIT, dos direitos laborais, da independência das organizações sindicais e da paz.