Grupo parlamentar do PS recusa votar a favor do voto de condenação da detenção de Louisa Hanoune, aprovado na AR em 15 de Maio.
Segundo notícia da Agência Lusa, no dia 11 de Maio, o Primeiro-ministro António Costa manifestou hoje o seu apoio ao Presidente francês, Emmanuel Macron, para “continuar a fazer avançar a Europa”, elogiando a “determinação” deste na “mudança progressista” necessária ao “renascimento europeu”.
Assim, ao mesmo tempo que recusa corresponder aos mais elementares direitos dos trabalhadores portugueses (como é o caso dos professores, ao negar-lhes a contagem integral de tempo de serviço prestado para subida na sua carreira profissional), Costa elogia Macron que tem atacado em toda a linha os mais diversos estratos da população francesa (dos “coletes amarelos” aos manifestantes do 1º Maio, dos estudantes aos funcionários públicos). O mesmo Macron que se alinha com Trump e com o imperialismo norte-americano para desencadear e prosseguir “guerras humanitárias” na África, na Palestina e no resto do Médio Oriente, em defesa dos interesses do capital financeiro internacional.
Não admira, portanto, que Costa e a Direcção do PS tenham coagido o Grupo parlamentar do PS a alinhar-se com os do CDS e do PSD na abstenção em relação ao voto de condenação da detenção de Louisa Hanoune (Secretária-Geral do Partido dos Trabalhadores da Argélia), militante da democracia, dos direitos das mulheres, da soberania popular, da soberania nacional e contra todas as formas de ingerência externa, que foi colocada em detenção preventiva pelo Tribunal Militar de Blida, desde o dia 9 de Maio, em estado de total isolamento, sem direito a visitas e sem ter acesso a qualquer informação oficial relativamente às acusações que sobre si impendem.
Este voto foi apresentado pelo Grupo parlamentar do BE na Assembleia da República, no dia 15 de Maio, e teve ainda os votos favoráveis do PCP, Verdes e PAN.
António Costa é um político coerente! Diz-me com quem te alinhas…