No Brasil, voto 13: pelos direitos, pela democracia!

Lula_Haddad

Haddad e Lula.

Divulgamos o Editorial de “O Trabalho”, de 11 de Outubro, que é da responsabilidade da Secção brasileira da 4ª Internacional, uma das correntes do Partido dos Trabalhadores (PT). 13 é o número da lista do PT nos actos eleitorais.

No dia 28 de Outubro, em segunda volta, será eleito o Presidente do país. O que está em jogo é muito mais que um mandato para os próximos quatro anos.

Para a classe trabalhadora e todas as ca­madas oprimidas, é o seu direito a ter direitos; para a juventude, é o direito a um futuro; e para a nação, é o direito à soberania, ou abdicar dela, batendo continência à bandeira dos EUA, como faz Jair Bolsonaro (1).

Nascido do ventre das instituições golpistas e apodrecidas, o candidato do PSL – que chega à segunda volta como primeiro colocado – representa todos os interesses que conluiaram no golpe. Mas, é possível virar o jogo. Mesmo sustentado pelas forças poderosas do capital financeiro, apoiado nas instituições e partidos que lhe prestam vassalagem, o farsante Bolsonaro pode ser derrotado nas urnas. A farsa do candidato anti-sistema, sistema do qual é a expressão genuína.

A passagem do PT, com Haddad, à segunda volta – apesar da dura perseguição ao Partido, orquestrada pelo Poder Judicial e pela Comunicação Social, e da fraudulenta impugnação da candidatura de Lula – é uma primeira vitória.

O PT nascido para lutar contra este sistema – cristalizado hoje na figura do ex­-capitão – enraizou-se nas camadas opri­midas e sobrevive. Não apenas chegando à segunda volta, como elegendo a maior bancada no Congresso.

Já os principais partidos das classes domi­nantes, articuladores do golpe, PSDB e MDB (2) em particular, foram derretidos na primeira volta.

É o PT – como mostram os apoios de parti­dos que se juntam à candidatura Haddad, na segunda volta – que pode, neste momento no terreno eleitoral, conduzir a luta pela retoma da democracia e dos direitos destruídos pelos golpistas.

É do governo do PT, como mostra o apoio dado pelas Centrais sindicais a Haddad, que se espera a revogação da contra-reforma laboral ou a PEC “da morte” (3) que limi­ta os gastos públicos, como afirmam em documento entregue a Haddad. Nesse documento as Centrais afirmam, também, que o apoiam pelo compromisso na “manutenção da Previdência (Segurança) Social como política pública e a valorização das pensões de aposentação”.

É a candidatura do PT que mobiliza a ju­ventude na luta pela retoma do direito à educação pública, como mostram as massivas assembleias que vêm ocorrendo em diversas universidades do país.

Serão duas semanas de uma dura batalha. A batalha para – num diálogo nos bairros, nas escolas, nas fábricas – afirmar o voto 13 e o que ele representa: a defesa da democracia e dos direitos. Este diálogo pode mudar, inclu­sive, o voto de um trabalhador que – confuso e submetido às duras condições de vida para que foi lançado pelo golpe – votou equivocadamente em Bolsonaro, na primeira volta, sem entender que ele é o seu principal inimigo.

Tudo se concentra na luta para eleger Ha­ddad e, uma vez eleito, reunir a força para impedir que o novo Congresso saído das ur­nas – cuja configuração foi saudada pelo mercado – prossiga atacando os direitos. Eleger um governo do PT que devolva a palavra ao povo e, através de uma Assembleia Constituinte, recoloque o país na via da conquista de novos direitos e de uma verdadeira democracia.

Os próximos dias são decisivos para a vida da classe trabalhadora e de todas as camadas oprimidas.

Organizar os comités para ir de porta em porta, distribuir panfletos, conversar com os amigos, colegas e familiares. Nada é mais importante!

É voto Haddad – o candidato de Lula e do PT – para derrotar o golpe e o seu produto, o ex-capitão.

É voto 13, pelos direitos, pela democracia!

————————————————–

(1) Bolsonaro é ex-capitão do Exército e foi o candidato apresentado pelo Partido Social Liberal (PSL). Liberal só no nome!

(2) O Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), cujos membros são chamados “tucanos”, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), a que pertence o Presidente golpista (Temer).

(2) A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 241 – popularmente chamada “PEC da Morte” (ou “PEC do Estado mínimo”) – visa congelar, por vinte anos, as despesas primárias federais, à excepção dos gastos com pagamentos de juros (pagamento aos banqueiros e especuladores). Assim, gastos correntes (manutenção da Administração pública), salários e investimentos sociais não poderão aumentar acima da inflação.

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s