No passado dia 16 de Outubro, a Polícia francesa entrou, às sete horas da manhã na sede do partido França Insubmissa e na habitação do seu coordenador – Jean Luc Mélenchon – e de outros dirigentes deste partido. O pretexto foi a necessidade de investigação das contas das campanhas eleitorais.
Sobre este acto intimidatório, o Partido Operário Independente (POI) de França (1) expressou, em comunicado de 18 de Outubro, a sua solidariedade incondicional à França Insubmissa, aos seus dirigentes e ao seu responsável Jean Luc Mélenchon.
O Partido Operário de Unidade Socialista (POUS) decidiu traduzir e tornar público o texto do POI, solidarizando-se igualmente com a sua posição de apoio incondicional à França Insubmissa.
O POUS considera que o movimento operário português não pode ser indiferente a estes ataques, e alerta que o seu principal responsável é o presidente Macron, cuja eleição foi apelidada – pelo Primeiro-ministro português António Costa – como sendo “uma lufada de ar fresco na Europa”.
O POI dá o seu apoio incondicional à França Insubmissa e a Jean Luc Mélenchon
Acções judiciais estão a ser levadas a cabo contra Jean Luc Mélenchon e uma intensa campanha política e mediática se desencadeia contra ele e contra a França Insubmissa.
Embora desagrade aos numerosos comentadores, é impossível não fazer a ligação entre a data do mandato de busca aos locais da França Insubmissa e o anúncio da constituição do novo Governo.
É impossível não ver na desproporção das forças empenhadas neste mandato de busca e na sua brutalidade uma imagem concentrada da situação na qual entramos.
Um poder cada vez mais isolado, convencido desde o primeiro minuto que a sua remodelação foi um falhanço, e que decide mostrar os músculos.
Um poder que decide causar uma operação de diversão levando à cena, por todos os meios, o combate do seu campeão, o presidente Macron, contra o pretenso populismo.
Os factos que acabam de ocorrer e a matracagem dos meios de comunicação oficiais indicam que entramos numa deriva perigosa.
Esta deriva só tem uma causa: a capacidade dada pelas instituições da 5ª República, ao presidente Bonaparte, para prosseguir a «transformação» do país, contra a vontade da sua imensa maioria.
Nesta situação, o POI manifesta o seu apoio incondicional à França Insubmissa, aos seus dirigentes e ao seu responsável Jean Luc Mélenchon, grosseiramente caluniados.
O POI, ligado à defesa das liberdades democráticas, indissociáveis da defesa de todas as conquistas sociais da classe operária, apela os seus militantes a fazer bloco com os militantes da França Insubmissa injustamente atacados e caluniados, a fim de alargar a resistência a um poder que¸ pelos actos que tem praticado, deixou de ter qualquer legitimidade.
(1) O POI é um dos partidos coordenadores do Acordo Internacional dos Trabalhadores e dos Povos (AIT), a que o POUS também está ligado.