Defender os salários e as funções sociais do Estado é defender a democracia e a paz

É possível, necessário e urgente a mobilização das classes trabalhadoras e das populações para impor o aumento geral dos salários e das pensões, bem como as medidas políticas e orçamentais visando garantir, na Escola Pública e no SNS, o número de trabalhadores necessários, nomeadamente os docentes, os médicos e os enfermeiros.

Até à data, têm sido apenas grupos de trabalhadores de diferentes sectores que se têm mobilizado, com greves e concentrações, sobretudo pelo aumento dos salários e respeito pelos vínculos laborais.

Tal como têm tido lugar concentrações, algumas das quais bem significativas, para defender os recursos humanos que respondam à garantia do funcionamento de Centros de saúde e Hospitais, como foi o caso da recente mobilização de centenas pessoas na Marinha Grande.

Aumento geral dos salários e das pensões, como emergência nacional, é a palavra de ordem da CGTP ao apelar para a mobilização nacional, com uma concentração em Lisboa e outra no Porto, no dia 15 de Outubro.

Ao mesmo tempo, a CGTP afirma que o valor de 125 euros pago no mês de outubro a cada trabalhador, mais 50 euros por cada filho, são apenas paliativos face à perda gritante da capacidade aquisitiva da maior parte da população trabalhadora, perda que não pára de crescer, agora com a subida das taxas de juro.

Aumento geral dos salários é também a exigência da UGT, como condição para um Acordo de rendimentos que o Governo procura fazer em sede de Concertação Social.

A generalidade da população afirma não poder suportar o custo exorbitante dos alimentos, da prestação da casa, da gasolina, do gás e da electricidade, ao mesmo tempo que os serviços públicos caminham para o colapso (faltam dezenas de milhar de professores, de médicos e de enfermeiros).

O ministro das Finanças, Fernando Medina, faz bandeira com o a abatimento de 40% da Dívida Pública de que o povo jamais foi responsável!

Os bancos e os grandes grupos económicos encaixam milhões em lucros, que canalizam para os paraísos fiscais, enquanto a União Europeia encaixa também muitos milhões, através de uma parte significativa do IVA recolhido pelo Estado português!

E o Governo do PS – eleito por uma maioria da população que não quer o retorno da política da Troika – procura justificar tudo isto com a guerra e declara que não pode fazer outra política.

O seu argumento é o mesmo de todos os governos dos restantes países da União Europeia.

Aceitar a política de guerra – quer a do Imperialismo/NATO, quer a de Putin e da sua clique de oligarcas – é a escolha deles, não é a escolha de nenhum povo.

A nossa escolha é a mesma daqueles que na Rússia se levantam pela paz, ou das centenas de milhar que se manifestaram no mesmo sentido na Alemanha, ou ainda dos trabalhadores em greve no Reino Unido (por aumentos de salário de acordo com a inflação).

É a escolha contra a guerra, pela democracia, pela partilha da riqueza do planeta e das conquistas da Ciência e da Tecnologia colocadas ao serviço de toda a Humanidade.

Participar na mobilização em Portugal pelo aumento dos salários de acordo com a inflação e pelo justo financiamento das funções sociais do Estado, é dar força a esta escolha, é defender as conquistas e o caminho da Revolução de Abril.

Carmelinda Pereira

Brasil: Manifestações a exigir o fim do governo de Bolsonaro

Por todo o país, dezenas de milhares de pessoas saíram à rua exigindo o fim do governo de Bolsonaro, a 29 de Maio de 2021 (1). Estas manifestações marcaram o regresso às ruas por parte dos trabalhadores, depois das manifestações do 1º de Maio e de 13 de Maio.

Para além do “Fora Bolsonaro!”, os manifestantes exigiram um aumento substancial do Orçamento para a Educação, vacinas para todos através do Sistema Único de Saúde (SUS); disseram não à reforma da Administração Pública que ameaça os serviços públicos e apresentaram outras exigências (tais como o recomeço da ajuda de emergência de 600 reais – cerca de 100 euros).

Em todo o lado os manifestantes usavam máscaras e tentaram respeitar o distanciamento social.

Em São Paulo, de acordo com Markus Sokol, “talvez o ponto alto da manifestação tenha sido o video da Midia Ninja (2), quando a enorme «passeata Fora Bolsonaro» – pelo menos com 50 mil participantes – saiu da Avenida Paulista e começou a descer a Rua da Consolação. Fazia tempo que eu não ouvia buzinas do outro lado da estrada saudarem uma passeata. Foi emocionante ver os motoqueiros, os motoristas de autocarros e particulares buzinando, não todos mas muitos, e a massa devolvendo-lhes a saudação com palavras de ordem; bonito de ver e de ouvir. Uma simpatia renovada das ruas para com a luta popular. A coisa está a virar – “Ninguém, ninguém, ninguém aguenta mais! Fora Bolsonaro e os seus generais!” – gritava a coluna do Diálogo e Acção Petista (3). Agora, é continuar nas ruas!”

Mas não foi só na capital do Estado que ocorreram manifestações (4). Houve também em várias localidades do interior como Santos, Ribeirão Preto e outras cidades.

Apesar da Direcção do Partido dos Trabalhadores (PT) ter desmobilizado a militância na véspera, os militantes do Diálogo e Acção Petista marcaram presença na manifestação no Estado do Recife, logo no início da manhã, a qual foi reprimida pela Polícia Militar (PM), comandada pelo governo estadual do Partido Socialista Brasileiro (5). A PM agrediu uma vereadora do PT, além de vários outros manifestantes. Depois de uma enorme pressão, o Governador anunciou o afastamento dos responsáveis pela repressão.

Uma grande manifestação também encheu a esplanada em Brasília, no Distrito Federal, de onde governa Bolsonaro, o Genocida de plantão. Ainda na região Centro Oeste, Goiânia também registou uma importante manifestação, com a presença de militantes petistas, assim como Cuiabá, em Mato Grosso, Estado que também teve manifestações em cidades do interior, como Cáceres.

No Estado de Minas Gerais, a capital Belo Horizonte também foi inundada por manifestantes. Houve igualmente expressivas manifestações em Juiz de Fora, Uberlândia, Ipatinga e até em pequenas cidades como Santos Dumont.

Outras capitais que testemunharam grandes manifestações foram Maceió, no Estado de Alagoas, Aracaju no Estado de Sergipe, e Belém no Estado do Pará.

No Estado da Bahia, a militância do Diálogo e Acção Petista marcou presença em diversas manifestações, na capital e no interior.

No Estado do Ceará, petistas também marcaram presença no desfile de carros e na manifestação de Fortaleza, além de Russas, cidade do Vale do Jaguaribe.

Na capital do Estado de Porto Alegre também houve uma importante manifestação, que arrastou milhares às ruas, assim como em cidades do interior do Estado do Rio Grande do Sul, como Caxias e São Leopoldo.

O mesmo se pode dizer da capital do Estado de Santa Catarina, além de outros cidades do interior.

Curitiba, a capital do Estado do Pará, também registou uma manifestação com milhares de pessoas que percorreu diversas ruas da cidade.

O mesmo se pode de dizer de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo.

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(1) Esta reportagem foi publicada no site da Corrente “O Trabalho” (Secção brasileira da 4ª Internacional) do Partido dos Trabalhadores (PT).

(2) Narrativas, jornalismo e acção independentes.

(3) O “Diálogo e Acção Petista (DAP)” é um movimento de base, no qual participam os militantes da Corrente “O Trabalho”, que combate para que o PT retome o caminho das suas origens.

(4) Ver fotos de todas estas manifestações em https://otrabalho.org.br/29m-milhares-nas-ruas-pelo-fim-do-governo-bolsonaro/.

(5) O Partido Socialista Brasileiro é o equivalente do PS português no Brasil.

Brasil: Cresce luta pelo fim do governo Bolsonaro por todo o país

Quase uma centena de carreatas (caravanas) em todo o país, segundo a CUT, tomaram as ruas de grandes e pequenas cidades exigindo o Impeachment (destituição) de Bolsonaro, vacinas já e auxilio emergencial.

As manifestações, registadas em pelo menos 25 capitais de distrito, foram convocadas pela Oposição (PT, PCdoB, PSB, PDT, Rede, PSOL). as Frentes (Brasil popular e Povo sem medo), a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e outras Centrais sindicais.

Vê reportagem em https://otrabalho.org.br/cresce-luta-pelo-fim-do-governo-bolsonaro-por-todo-o-pais/