Às voltas com o Acordo Europeu sobre “o Fundo de Recuperação”

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Cimeira da União Europeia, realizada em Bruxelas entre 18 e 21 de Julho de 2020. 

Quando foi assinado o Acordo europeu, na madrugada de 21 de Julho, Antonio Garamendi, presidente da CEOE (1), declarou que era “um bom acordo para a Espanha e para a Europa”.

Opinião compartilhada pelos meios de comunicação social (a menos de algumas nuances), o governo de Sánchez, os partidos da coligação e da oposição, os secretários-gerais dos sindicatos, os altermundialistas, e todo o tipo de defensores do Sistema de “mercado livre” (ou seja, o capitalismo imperialista) e o Regime monárquico. Tanta unanimidade, sem dúvida que só pode significar gato escondido.

Com efeito, no dia seguinte as coisas já não estavam tão claras.

Os protestos e a hipocrisia do Parlamento Europeu

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Cimeira da União Europeia: o que estava em jogo

Angela Merkel, Emmanuel Macron, et le président du Conseil européen

Angela Merkel, Emmanuel Macron e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em Bruxelas antes da Cimeira Europeia, a 17 de Julho de 2020.

Após quatro dias e outras tantas sessões nocturnas, os Chefes de Estado e/ou Primeiros-ministros dos países da União Europeia acabaram por pôr-se de acordo sobre a linha geral do pretenso “Plano de relançamento europeu”, assim como sobre as orientações do Orçamento comunitário para o período 2021-2027.

Os meios de comunicação social às ordens do Sistema não hesitaram em qualificar este acordo como “histórico”, afirmando que ele representaria, inclusive, um plano de “relançamento” da União enquanto tal. Mas os factos demonstram o contrário. Continuar a ler

Espanha: Uma catástrofe social evitável

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Trabalhadores da Nissan à entrada da fábrica da Zona Franca (em Barcelona).

 

Pouco depois de ter saudado a adopção do “rendimento mínimo” como uma conquista histórica, o Vice-Presidente do Governo, Pablo Iglesias, anunciou que uma “enorme crise social” estava em curso. No entanto, o Governo de que ele faz parte renuncia a tomar outras medidas de defesa do emprego, de implementação de investimentos públicos e de planos de emprego.

Fujamos dos “rumores e tensões” da Côrte, das disputas, insultos e debates estéreis de uma grande parte do Parlamento, das “manifestações” de uma minoria privilegiada a golpes de tacos de golfe, face à complacência da Polícia, e dos supostos ruídos de sabres (ameaças de militares – NdT), e entremos no país real. Continuar a ler