
Barragem e central eléctrica do Guri (Venezuela), de onde o Estado brasileiro de Roraima importa energia eléctrica
Reproduzimos uma notícia do site Abril Abril, de 31 de Agosto de 2018, que mostra a perversidade das sanções financeiras e económicas dos EUA e da União Europeia contra a Venezuela. Mesmo o ministro dos Negócios Estrangeiros do governo golpista de Temer foi obrigado a reconhecê-lo…
Um ministro brasileiro afirmou esta quinta-feira (29 de Agosto) que as sanções impostas à Venezuela pelos EUA e a UE impedem o seu país de pagar a Caracas uma dívida de 40 milhões de dólares em energia eléctrica.
Em declarações a uma agência noticiosa, Aloysio Nunes, ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, disse que Brasília está a negociar com Caracas de forma a evitar que a empresa estatal Corporación Eléctrica Nacional (Corpoelec) corte o fornecimento de energia ao Estado brasileiro de Roraima, no Norte do país e que faz fronteira com a Venezuela.
As sanções unilaterais impostas pela Administração norte-americana e pela União Europeia (UE) contra a Venezuela impedem o Brasil de proceder ao pagamento da dívida, com o valor aproximado de 40 milhões de dólares, em energia eléctrica.
De acordo com a AFP (Agência France Press), o diplomata afirmou que “o Brasil quer saldar a dívida” e que “a falta de pagamento se fica a dever à dificuldade em encontrar um caminho financeiro para enviar as divisas sem chocar com as restrições e sanções que são aplicadas pela Europa e pelos EUA à Venezuela”.
Roraima é a única das 27 entidades federativas brasileiras que não está ligada ao sistema eléctrico nacional – refere a VTV (Televisão do Estado de São Paulo, no Brasil) –, recorrendo à importação de energia a partir da central hidroeléctrica do Guri, na Venezuela.
Evidência de como as sanções afectam a Venezuela
Recorrendo à sua conta de Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Jorge Arreaza, divulgou um excerto da notícia publicada pela AFP em que o responsável brasileiro admite não ter conseguido acabar com a dívida à Corpoelec devido ao bloqueio a que a Venezuela é submetida.
Arreaza classifica o facto como uma “prova irrefutável do efeito perverso do bloqueio contra a Venezuela”.
Os responsáveis políticos venezuelanos denunciam frequentemente as consequências da ingerência estrangeira e da guerra económica, financeira e mediática movida contra o seu país.
Em Maio último, a vice-ministra da Saúde, Indhriana Parada, afirmou em Genebra (Suíça) que aqueles que pedem canais humanitários para a Venezuela são os mesmos que bloqueiam a possibilidade de aquisição de medicamentos e alimentos para o povo venezuelano.
Parada explicou que, para adquirir 25 medicamentos de tipo oncológico – e, assim, responder às necessidades de 135 crianças nas áreas de Oncologia e de Hematologia – a Venezuela teve de recorrer ao Uruguai, porque as grandes transnacionais farmacêuticas se recusam a vender medicamentos ao seu país, que enfrenta todo o tipo de dificuldades para efectuar operações bancárias, em virtude do bloqueio financeiro a que é submetido.