Reino Unido: Partido Trabalhista afunda-se, porquê?

brexit

Trata-se de uma derrota histórica para o Labour Party (Partido Trabalhista) que perdeu, nas eleições de 12 de Dezembro, 2,5 milhões de votos e 59 deputados no Parlamento. Mas, para compreender a profundidade política da derrota, não é possível cingir-se a estes números, já que, ao obter agora 10 milhões de votos, Corbyn obteve mais votos que Blair em 2001 e que Brown em 2005 – os quais, contudo, foram eleitos com uma maioria de deputados (o sistema eleitoral britânico não é proporcional).

É verdade que o Partido Trabalhista perdeu 8% de votos em 2019, em relação aos seus resultados de 2017, mas perdeu de facto 10,4% (em média) nas circunscrições que votaram massivamente “Leave” (sair) no referendo de 2016 pela saída da UE. Nacionalmente, os Conservadores progrediram muito pouco (+1,2%), mas Johnson ganhou 6% nas circunscrições que votaram “Leave” e o Brexit Party também subiu 3,8% nessas circunscrições. Continuar a ler

A União Europeia afunda-se na crise

European Union Divided

A 14 de Novembro, a candidatura a Comissário Europeu de Thierry Breton, candidato de Macron, foi validada pelo Parlamento Europeu. A não ser que haja uma reviravolta, a nova Comissão Europeia deve, por conseguinte, entrar em funções a 1 de Dezembro. E isto… numa situação de crise a todos os níveis (1).

Além do Brexit, a nova Comissão Europeia terá primeiro de resolver o problema do Orçamento da União Europeia (UE) para o período de 2021-2027. E, sobre isto, o impasse é total, já que deve haver unanimidade entre a Comissão e os Estados-membros. Ora, em Maio de 2018, a Comissão liderada por Juncker propôs um aumento do Orçamento, dos 1,03% do rendimento nacional bruto da UE praticados actualmente para 1,14%, “para compensar os 13 mil milhões de euros por ano que o Brexit nos irá fazer perder”, de acordo com o Director Executivo do Orçamento, Gert Jan Koopman. Continuar a ler

Reino Unido: “Tenham vergonha!”

Marcha_Reino_Unido

Johnson suspendeu o Parlamento e centenas de milhares de pessoas manifestam-se espontaneamente, nas ruas de todas as grandes cidades, para defender a democracia. (1)

O golpe de força do Governo britânico ao decidir, a 28 de Agosto, suspender o Parlamento para impor um Brexit sem acordo (“no deal”) provocou a ira de milhões de pessoas que imediatamente saíram às ruas para protestar aos gritos de “Paremos o golpe, salvemos a democracia” e “Shame on you” (“Tenham vergonha!“). Continuar a ler