Estado espanhol: a Monarquia no olho do ciclone

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As eleições regionais que tiveram lugar a 12 de Julho, na Galiza e no País Basco, saldaram-se por uma taxa de abstenção recorde – atingindo quase 50% no País Basco. Este resultado é um reflexo de fenómenos que têm lugar em todo o mundo e, ainda recentemente, de forma massiva em França nas eleições municipais. No entanto, o desinteresse pelos partidos é apenas a expressão de uma profunda rejeição das instituições (desta vez, os parlamentos regionais) que configuram o Regime monárquico, criado depois da morte de Franco em 1975.

É preciso lembrar que este Regime tinha – e ainda tem – como pedra-angular a Monarquia e o Rei em exercício. Continuar a ler

Estado espanhol: A Coroa, o Governo e as massas

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A 18 de Fevereiro, o Rei convocou o Conselho de Ministros para o seu Palácio da Zarzuela, em virtude dos poderes que lhe são conferidos pela Constituição de 1978 como primeira autoridade estatal por via de sucessão – um facto extraordinário, a segunda vez desde o actual Rei ter sido entronizado… depois do seu pai se demitir, enleado em múltiplos escândalos de corrupção.

O Governo, de acordo com o seu porta-voz, “informou” o Rei sobre a sua política e os seus planos (sem outros comentários). Para dizer as coisas de maneira clara, as instituições herdadas do regime de Franco não desistiram, pelo contrário, de colocar o Governo sob tutela, ou melhor, de lhe indicar linhas vermelhas. Continuar a ler