
A esmagadora maioria dos actuais dirigentes do PS tem uma posição de subordinação completa em relação à NATO, em contradição frontal com que está estipulado no artigo 7.º da Constituição da República Portuguesa, preceito constitucional que fundamenta as Relações Internacionais do nosso país: “Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos, bem como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares e o estabelecimento de um sistema de segurança colectiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos.”
Pelo contrário, Mário Soares – ex-Secretário Geral do PS – escreveu um artigo, na revista Visão de 11 de Setembro de 2008, onde declarava:
“A NATO, cercando a Rússia e instalando na Polónia e na República Checa bases de mísseis, começa a ser uma ameaça para a Rússia que a pode tornar agressiva.
Um perigo!
A NATO é um verdadeiro braço armado dos EUA e está a fazer estragos noutras regiões do mundo (Cáucaso, zonas do Mar Cáspio e do Mar Negro e países limítrofes da Rússia Ocidental).
Dick Cheney, vice-presidente dos EUA, em fim de mandato, fez uma recente visita, altamente desestabilizadora, para dar, em nome da NATO, apoio à Geórgia.
A NATO, criada como organização defensiva, no início da guerra fria, está a tornar-se, por pressão dos neo-conservadores americanos, uma ameaça à paz.
Cuidado União Europeia.”
Sem comentários, à luz do que se tem passado na Ucrânia.