Palestina: a greve dos professores prossegue na Cisjordânia

Concentração de professores grevistas em Hebrom, a 18 de Maio.

Após o assassinato da jornalista Shireen Abu Akleh (divulgada, desta vez, pela Comunicação social internacional), manifestações de raiva continuam na Palestina contra o Estado de apartheid israelita. Mesmo que os principais meios de comunicação social de Israel limitem o mais possível a divulgação de informação sobre este assunto, a violência colonial israelita já não pode ser escondida.

Cúmplice e totalmente corrupta, a Autoridade Palestiniana – que se tornou num aparelho de segurança do Estado israelita – pretende impedir qualquer forma de protesto, qualquer reivindicação independente.

Publicamos abaixo uma informação recebida do Sindicato dos Trabalhadores Árabes (com sede em Nazareth), sobre a greve dos professores das escolas públicas palestinianas na Cisjordânia. Em greve desde o final de Março, eles estão a exigir o direito de se organizarem livremente num sindicato independente.

Em meados de Abril, o Sindicato Geral oficial dos Professores da Palestina, controlado pela Autoridade Palestiniana, chegou a um acordo com essa Autoridade. Acordo que foi rejeitado pela grande maioria dos professores, a qual decidiu continuar a sua greve geral em plena independência.

Actualmente, a greve continua em vigor com uma taxa de adesão de 97%. É a maior de sempre na Cisjordânia, desde a greve geral dos professores palestinianos em 2016.

O acordo sindical oficial previa um aumento de 10% em Janeiro de 2023 e de 5% em 2024, o que não tem absolutamente nada a ver com as reivindicações dos professores.

Os professores querem acabar com os salários de fome e de miséria.

Como é possível que a Autoridade Palestiniana, a “Autoridade de Oslo”, tenha vindo a cortar durante anos os salários e as suas pensões de aposentação dos professores, a pretexto de “crise financeira”?

Como pode um director de escola viver com 3.000 shekels por mês (845 euros)? Os preços dos alimentos triplicaram desde 2013. Durante anos, os professores da Cisjordânia têm travado uma batalha difícil pelo seu direito a um emprego e a uma vida decente. Eles exigem o restabelecimento do aumento suspenso das “despesas de subsistência”, suspenso desde 2013. Eles exigem um aumento das suas pensões de aposentação e o fim das dificuldades para obter os subsídios para os filhos e os cônjuges a cargo. Eles exigem a contratação permanente de milhares de professores que têm estado em contratos precários desde há muitos anos.

E como é que a Autoridade Palestiniana responder? Com a opressão, a reforma antecipada de grevistas, com espancamentos e detenções. A Autoridade Palestiniana gasta a maior parte do seu orçamento para organizar a repressão.

É claro para todos os professores que o Sindicato oficial (ou seja, alguns corruptos) está a agir contra os seus interesses. O Sindicato oficial já não tem qualquer legitimidade e os professores que estão a dirigir a greve clandestinamente comunicam uns com os outros em mensagens via Telegram.

Os professores reclamam o direito de se organizarem livremente no seu próprio Sindicato independente, um Sindicato que fale em seu nome. Todos os dossiers necessários para a sua legalização estão prontos desde 2016. Eles querem que isso seja feito de imediato.

Informação publicada no semanário francês “Informations Ouvrières”Informações operárias – nº 707, de 25 de Maio de 2022, do Partido Operário Independente.

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