
Os militantes da Associação Política Operária de Unidade Socialista (POUS) juntam a sua voz aos trabalhadores e cidadãos da Rússia que debaixo da repressão mais feroz e metidos na cadeia gritam: “Fim à guerra, cooperação entre os povos da Ucrânia e da Rússia.”
Juntam-se a todos quanto dizem: fim imediato da guerra na Europa, sim à paz, não a dos cemitérios, a paz dos direitos humanos, da saúde, da educação da liberdade de organização sindical, cuja essência é a livre negociação colectiva entre os representantes dos trabalhadores e os representantes das associações patronais, como ainda está consignado na Constituição da República.
Foi este o caminho que a revolução de 1917 na Rússia abriu, que a vaga revolucionária após a Segunda Guerra mundial punha na ordem do dia, tal como o tentou retomar o povo trabalhador português com o 25 de Abril – procurando tomar o destino do nosso país nas suas mãos, ao mesmo tempo que pôs fim à guerra fratricida entre os soldados portugueses e os nossos irmãos colonizados.
A paz e a liberdade na Ucrânia nada têm a ver com os oligarcas de Putin (com as fortunas roubadas ao povo russo escondidas em offshores), nada têm a ver com quem – chorando lágrimas de crocodilo – envia canhões, navios e mísseis, através da NATO, para o centro e leste da Europa.
A guerra bate-nos directamente à porta, aqui no continente aonde procuram chegar aqueles que – fugindo dela e da fome – das outras regiões do mundo (como a Síria, o Iraque ou a Líbia) arriscam morrer no Mar Mediterrâneo ou no Canal da Mancha.
Não é isto a guerra organizada e ou consentida no maior dos silêncios, tal como silenciam a desgraça do povo palestiniano, por aqueles que – chorando lágrimas de crocodilo – agiram para que o povo da Ucrânia fosse tornado refém entre os defensores do capital, quer na Rússia, quer na Ucrânia, mergulhando-o agora na barbárie?
Como dizia Jean Jaurès, socialista francês, nas vésperas da Primeira Guerra mundial: “O capitalismo transporta a guerra, como a nuvem transporta a tempestade”.
Lutar pelo fim imediato de derramamento de sangue na Ucrânia e pela paragem incondicional da invasão russa é participar nas acções de mobilização dos trabalhadores portugueses pela defesa e retoma de todas as conquistas da Revolução de Abril, na procura de um caminho conjunto com os trabalhadores dos outros povos da Europa, pela união livre e soberana de todos eles, sem explorados nem exploradores.
É dizer não à decisão das autoridades portuguesas que – em uníssono com os outros governos da União Europeia – decidiram reforçar ainda mais as tropas da NATO no centro da Europa.
Respeito pela soberania do povo da Ucrânia e pela soberania do povo da Rússia!
União livre dos povos, sem explorados nem exploradores, de Portugal aos Urais!
Lisboa, 27 de Fevereiro de 2022
O Secretariado da POUS