Espanha: Fim ao desmantelamento da Saúde pública!

Dispersas mas constantes, continuam as manifestações do pessoal do sector da Saúde e da população contra o desmantelamento da Saúde pública.

Decénios de cortes nos Orçamentos, em pessoal e em instalações sanitárias prepararam-no. E agora… os governos continuam a mesma política em nome do combate à pandemia.

Uma Conselheira de Saúde de uma Região autonómica lamentava-se, numa audiência parlamentar: “Há transmissão comunitária [do SARSCoV-2 (COVID-19)] permanente, sem controlo e generalizada, com pressão mantida e crescente em praticamente todos os departamentos de Saúde.”

Então, o que estiveram a fazer durante estos dez meses? Só demonstram a sua própria impotência.

Fim da especulação com as vacinas!

Disseram-nos que só havia um remédio: a vacina.

A UE e os governos dos seus países-membros compraram milhões de vacinas, aos preços e nas condições que são impostas pelas multinacionais Pfizer e Moderna. Mas essas multinacionais não produzem as vacinas suficientes. E o Sistema de Patentes impede que os governos as fabriquem. O capital financeiro não se preocupa com a saúde das populações: só procura aumentar os seus lucros.

As vacinas não chegam a quem deveriam ser administradas, tal como antes não chegaram as máscaras e os ventiladores. À subordinação às multinacionais há que juntar as corrupções existentes no aparelho de Estado herdado do Franquismo, com base nas quais foram vacinados em primeiro lugar altos comandos militares (2) e altos cargos da Administração Pública, quando não se trata de pessoal de risco.

Manifesto em Defesa da Saúde Pública

Perante esta situação, um conjunto de profissionais de Saúde e de sindicalistas ligados a esse sector tomou a iniciativa de lançar um Manifesto, que enumera as reivindicações mais sentidas:

– Aumento imediato do plantel

– Retirada do RDL 29/2020 (2)

– Defesa das promoções e das condições de trabalho: todos os técnicos e administrativos devem ser classificados no grupo profissional correspondente

– Recuperação dos 8% de poder de compra perdido. Não é suficiente o aumento de 0,9%

– Orçamento extraordinário para a Saúde e os serviços públicos. Urge terminar com o colapso dos Cuidados primários e voltar às consultas presenciais

– Fim do desmantelamento da Saúde pública!

(1) O chefe do Estado-Maior da Defesa espanhol, general Miguel Angel Villarroya, foi apanhado em flagrante delito de vacinação ilegal e foi obrigado a demitir-se a 23 de Janeiro. E, dois dias depois, foram 300 dos mais altos comandos do Exército que foram desmascarados pelos mesmos factos.

(2) O Decreto estipula “medidas urgentes em matéria de teletrabalho nas Administrações Públicas e de recursos humanos no Sistema Nacional de Saúde”.

Publicado no periódico Información Obrera – Tribuna livre da luta de classes em Espanha – nº 354, de Janeiro de 2021

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