A 29 de Junho, começaram cinco semanas de conversações entre a União Europeia (UE) e o Governo britânico sobre as sequelas de Brexit.
O Reino Unido deixou a UE a 31 de Janeiro, mas continuam a aplicar-se as Regras europeias até 31 de Dezembro.
O que está em jogo nas discussões que acabam de recomeçar pela primeira vez desde Março? Se não se chegar a acordo até ao dia 31 de Dezembro, as únicas regras que se aplicarão nas relações comerciais entre a UE e o Reino Unido serão as da Organização Mundial do Comércio (OMC), com as suas taxas alfandegárias elevadas e os seus controlos aduaneiros muito rígidos.
Mas, com a crise económica que atinge ambos os lados do Canal da Mancha, está na hora da tentativa de um compromisso para “encontrar um terreno de acordo”, segundo o Negociador europeu, Michel Barnier.
A Agência France Press (AFP) resume a situação da seguinte forma: “Entre os pontos de desacordo importantes está a questão das garantias de concorrência leal exigida pela UE – em matéria fiscal, social ou ambiental – para evitar a emergência de uma economia desregulamentada à sua porta.”
A chanceler alemã, Angela Merkel, advertiu no sábado, 27 de Junho, numa entrevista com os jornais diários da rede Europa, incluindo Le Monde: “Se o Reino Unido não quer uma regulamentação comparável à da Europa sobre questões ambientais, o mercado de trabalho ou as normas sociais, as nossas relações tornar-se-ão menos intensas.”
E o Reino Unido terá de “assumir as consequências” disso.
Outras questões estão também em suspenso, incluindo a do acesso às águas britânicas dos pescadores europeus.
Existe o risco de haver múltiplas voltas e reviravoltas durante este mês Julho, sobre um pano de fundo de aumento da desertificação industrial.
—————————————–
Nota publicada no semanário francês “Informations Ouvrières” – Informações operárias – nº 611, de 31 de Junho de 2020, do Partido Operário Independente de França.