Solidariedade com o povo do Equador

Concent_Equador

O POUS, Secção portuguesa da 4ª Internacional, solidariza-se com a luta do povo equatoriano – vítima de uma selvagem repressão, da Polícia e do Exército de um Regime ao serviço do imperialismo.

E, depois de alguns dos seus militantes terem participado na concentração junto do Consulado do Equador em Lisboa, no dia 13 de Outubro, divulga a tomada de posição e as informações mais recentes provenientes da sua congénere nesse país: a Organização Socialista Revolucionária dos Trabalhadores, Secção da 4ª Internacional no Equador.

 TODOS JUNTOS CONTRA O “PACOTE” IMPOSTO PELO FMI!

FORA LENIN MORENO!

Face ao anúncio, em toda a Comunicação social nacional, das medidas económicas impostas por um Acordo firmado pelo governo com o FMI, com a eliminação de subsídios aos combustíveis – provocando uma alta de preços de mais de 100% – e o anúncio de projectos de reformas laboral, tributária e da Segurança Social, no passado dia 2 de Outubro de 2019, o povo, sectores sociais, indígenas e os trabalhadores a nível nacional mobilizaram-se nas ruas para exigir a revogação do Decreto Executivo 883, que estipula essas medidas.

Em resposta, o Governo adoptou o Estado de Excepção (Decreto 884). Quem estava nas manifestações foi selvaticamente reprimido pela força pública (Polícia e Exército) com gás lacrimogéneo e brutalidades em todo o território nacional, ocasionando, entre os manifestantes, 8 mortos, 30 feridos e mais de 500 detidos, 129 dos quais presos e à disposição dos juízes.

Mas o povo conseguiu superar os obstáculos das forças policiais e, em três dias de manifestação, os militares não quiseram enfrentar-se com o povo, e permitiram a livre circulação em todo o território nacional, inclusive aquando da tomada simbólica de instituições públicas, como a Assembleia Nacional (Parlamento), em Quito, logo de seguida entregue de forma pacífica pelos manifestantes.

Encurralado em Quito, Lenin Moreno fez publicar o Decreto 888, mudando a sede do Governo para Guayaquil e impondo o recolher obrigatório (das 20 horas às 5 horas da madrugada), em algumas regiões do país.

Nas manifestações, o povo pediu a saída do presidente Moreno, responsável pelo “pacote” económico e pela má administração do país, que encareceu cabaz de compras essencial dos oprimidos, o que esgotou a paciência popular – que explodiu gerando indignação – e provocou o desaparecimento no mercado de géneros de primeira necessidade.

A imprensa do Regime faz eco ao delírio do Governo que acusa as mobilizações de serem organizadas pelo anterior governo de Rafael Correa, e financiadas por Maduro (Presidente da Venezuela) e por Cuba.

A Organização Socialista Revolucionária dos Trabalhadores (OSRT) está ao lado da mobilização e das manifestações dos nossos irmãos indígenas e do povo equatoriano:

– Revogação dos Decretos Executivos 883, 884 e 888!

– Não às reformas laboral e da Segurança Social!

– Fora Lenin Moreno!

Guayaquil, 8 Outubro de 2019

 

DIA DA RAÇA EQUATORIANA

RELATO Nº 1 (ENVIADO DE QUITO)

O Decreto 833 do governo do Equador instituiu, a 3 de Outubro de 2019, as mais graves medidas económicas e neoliberais contra o povo equatoriano. Este decreto estabelece a eliminação dos subsídios aos combustíveis de uso comum da população possuidora de um veículo e estipula a subida do custo das passagens dos transportes públicos. Tudo isto a pedido do FMI e do empresariado burguês do país. O que implica o aumento do custo de vida no Equador e a pauperização do povo e do sector laboral.

Ontem, o presidente LENIN MORENO ofereceu diálogo ao movimento indígena e laboral, aproximadamente às 14 horas, e meia hora a seguir a Polícia reprimiu selvaticamente o centro de operações da mobilização indígena e do povo, instalado num sector da Casa da Cultura, junto ao Tribunal de Contas Geral do Estado, situado no centro-norte de Quito. Deste modo foi rompido o diálogo – que foi um logro do actual DITADOR MORENO – e a repressão é violenta.

Hoje, 12 de Outubro, quando eram aproximadamente 14h 45m, MORENO acaba de enviar um tweet, informando sobre a sua decisão. Nele é dito: “Decretei o toque de recolher e a militarização do Distrito Metropolitano de Quito e dos seus subúrbios. Começará a vigorar às 15 horas. Isto facilitará a actuação da Força pública frente aos intoleráveis excessos de violência.” Assim determina o ditador do Equador.

Portanto, Quito – a capital do Equador – está sob uma grave repressão, e o povo, em conjunto com o movimento indígena, resiste à arremetida violenta dos aparelhos do Governo corrupto: Polícia e Exército. O Equador sofre a maior calamidade dos povos pobres do mundo: o neoliberalismo mais cruel, dirigido pelo imperialismo e pelo FMI, tendo como instrumento um governante fantoche e os aparelhos de repressão ao seu serviço, contra um povo que luta somente com as suas mãos, o seu próprio corpo e a sua firme vontade para conseguir: FORA MORENO, FORA.

Reporta OSRT (Organização Socialista Revolucionária dos Trabalhadores, Secção da 4ª Internacional no Equador).

Quito, 12 de Outubro de 2019 – às 16h 30m

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