Durante 178 anos, Thomas Cook levou milhões de pessoas em viagem, com toda a segurança. Excepto neste ano. Depois da súbita falência da empresa, 600 mil turistas estão retidos em diferentes países do mundo e dezenas de milhares de pessoas que já tinham pago a sua viagem não irão partir, nem irão ser reembolsados. Os 22 mil empregados de Thomas Cook ficarão na rua… desempregados.
É verdade que há especialistas a discutir sobre a concorrência dos operadores turísticos via Internet, etc.. Mas há mais do que isso: desde 2011, a Thomas Cook pagou 1,1 mil milhões de euros em juros bancários.
Os bancos são reembolsados e os empregados despedidos, os clientes roubados.
E isso não é tudo. O Ex-Director Executivo (CEO) da agência – que, em nome das grandes dificuldades da empresa, pilotou um plano de austeridade que levou à perda de 2.800 postos de trabalho – recebeu 20 milhões de euros quando se reformou. Pelo seu lado, o actual CEO – que anunciou a falência da empresa – já embolsou mais de 10 milhões de euros.
Thomas Cook em completa segurança para patrões e accionistas.
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Crónica de Lucien Gauthier, publicada no semanário Informations Ouvrières – Informações operárias – nº 573, de 2 de Outubro de 2019, do Partido Operário Independente, de França.