Trump não pára de multiplicar as provocações e as ameaças de guerra contra o Irão (1). Em 2015, o Irão tinha assinado um Acordo sobre a sua produção de energia nuclear com a China, a Rússia, a União Europeia e os EUA. Tanto os diferentes governos como o organismo internacional de controlo sobre a energia nuclear iraniana reconheceram que o Irão respeitava integralmente o Acordo.
Aquando da sua chegada ao poder, Donald Trump retirou a assinatura dos EUA desse Acordo e começou a aplicar sanções ao Irão. Desde há alguns meses, ele agravou substancialmente as sanções contra este país, impondo que os seus aliados europeus deixem que de comerciar com o Irão, imposição a que estes têm resistido.
Com uma queda drástica da venda de petróleo provocada pelas sanções, o Irão está economicamente estrangulado e o povo asfixiado.
Um novo degrau
Desde há alguns dias, Trump deu um novo passo nas suas ameaças. Pela primeira vez desde 2003, 500 soldados dos EUA foram colocados na Arábia Saudita. As forças aeronavais norte-americanas estão em estado de alerta. Os dirigentes do Estado de Israel aprovam a política de Trump e ameaçam igualmente o Irão.
Os dirigentes da União Europeia estão encurralados. Ao mesmo tempo que mantêm a sua assinatura no Acordo com o Irão, procuram apaziguar as tensões. Mas, no final das contas, alinham-se com os EUA. Uma tal situação ameaça toda a Região.
Um conflito com o Irão significaria uma escalada da violência na Península Arábica, mas também no Iraque, na Síria, no Líbano e na Palestina.
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(1) Divulgamos esta Nota de Marguerite Leuwen, publicada no semanário Informations Ouvrières – Informações operárias – do Partido Operário Independente, de França, nº 563, de 24 de Julho de 2019.