O Congresso da FENPROF, realizado a 14 e 15 de Junho de 2019, aprovou uma Moção pedindo a libertação imediata de Louisa Hanoune, subscrita por 32 delegados ao Congresso, com 474 votos a favor, nenhum contra e 46 abstenções.
Moção pela libertação de Louisa Hanoune
Tivemos conhecimento que Louisa Hanoune, Secretária-geral do Partido dos Trabalhadores da Argélia – sucessivamente eleita (desde 1997), como deputada, para a Assembleia Popular argelina – se encontra presa, desde 9 de Maio, por decisão do Tribunal militar de Blida. Ela tinha-se deslocado a esse Tribunal para ser ouvida como testemunha, perante um juiz de instrução.
Louisa Hanoune é conhecida, desde há muitos anos e em todo o lado, pelas suas tomadas de posição e o seu combate intransigente em defesa da democracia, das liberdades, dos direitos das mulheres e por estar sempre do lado dos povos e dos oprimidos.
Quer se esteja ou não de acordo com as suas posições políticas, nada pode justificar a sua detenção.
Por isso, o 13º Congresso Nacional dos Professores (FENPROF), de 14 e 15 de Junho de 2019, pede a libertação imediata de Louisa Hanoune.
Intervenção de Joaquim Pagarete em defesa da Moção
Na Argélia existe uma situação revolucionária, com milhões de trabalhadores, estudantes, intelectuais e cidadãos – que se vêm manifestando sistematicamente nas ruas, desde Fevereiro – para exigir a recuperação das suas conquistas e o restabelecimento da democracia, obtida aquando da expulsão do domínio francês.
É neste contexto que Louisa Hanoune foi presa.
Este nosso Congresso, ao defender Louisa Hanoune e exigir a sua libertação imediata, está a colocar-se ao lado de todos os trabalhadores e povos – da África do Norte à Europa e ao resto do mundo – que lutam pela sua libertação da repressão e opressão social e política.
Ao exigir a saída da prisão desta Secretária-geral do Partido dos Trabalhadores da Argélia – sucessivamente eleita (desde 1997), como deputada, para a Assembleia Popular argelina – o nosso Congresso diz não à política de guerra e de exploração dos recursos naturais de países menos desenvolvidos, política encabeçada pelos Trumps, Macrons e quejandos, que agem como “donos do mundo”.
Ao votar assim, estamos a colocar-nos ao lado do movimento revolucionário do povo argelino, estamos a colocar-nos ao lado dos “ventos de Abril” provenientes desses países explorados e espezinhados. Na Argélia – tal como acontece na Líbia, na Palestina, no Iémen ou no Iraque – países que estão sujeitos à pressão ou acção directa da coligação imperialista liderada por Trump.
Ao votar pela libertação imediata de Louisa Hanoune, o nosso Congresso está a colocar-se ao lado de organizações, movimentos e personalidades de 71 países que já se pronunciaram no mesmo sentido.
Vítima da mesma política posta em prática na Argélia pela clique militar no poder, já morreu – a 28 de Maio, na mesma cadeia em que está Louisa Hanoune – o Dr. Kamel Eddine Fekhar, militante do Comité argelino de Defesa dos Direitos humanos, que havia sido colocado em prisão provisória, a 31 de Março, também por delito de opinião.
Louisa Hanoune personifica todos os presos políticos argelinos. Ao votarmos pela sua libertação, estamos a ajudar à vitória de “um 25 de Abril” na Argélia.