Louisa Hanoune, Secretária-Geral do Partido dos Trabalhadores da Argélia, foi presa de forma completamente arbitrária, no passado dia 9 de Maio, após ter sido ouvida como testemunha no quadro de um inquérito ao complot constituído por dois generais e um irmão do ex-Presidente Bouteflika.
No seguimento das informações que temos divulgado neste site sobre o processo revolucionário em curso na Argélia, transcrevemos este Apelo do Comité Nacional pela Libertação de Louisa Hanoune, acabado de constituir. E informamos que em Portugal também já foi iniciada a campanha para a libertação desta dirigente do Partido dos Trabalhadores, que teve 14 deputados nas últimas eleições legislativas na Argélia.
Apresentamos o texto da Petição feita por iniciativa do Comité Nacional pela Libertação de Louisa Hanoune, constituído por militantes dos Direitos do Homem, sindicalistas, moudjahidines, universitários, jornalistas, cidadãos.
“Nós militantes, militantes políticos, sindicais, associativos, dos direitos do Homem, personalidades nacionais, universitários, antigos combatentes, cidadãs e cidadãos… indignados pela prisão arbitrária de Louisa Hanoune – Secretária-geral do Partido dos Trabalhadores, militante da democracia, dos direitos das mulheres, da soberania popular, da soberania nacional e contra todas as formas de ingerência externa – e com a sua colocação em detenção preventiva pelo Tribunal militar de Blida, desde 9 de Maio 2019 , em estado de total isolamento, privada de qualquer visita, sem nenhuma informação oficial, sobre as acusações que contra ela impendem, denunciamos este encarceramento que atinge um responsável político, e isto qualquer que seja o nosso ponto de vista sobre a política do Partido dos Trabalhadores e da sua Secretária-geral. Decidimos constituir-nos em Comité nacional pela libertação imediata e incondicional de Louisa Hanoune.
Este acto antidemocrático, que criminaliza a acção política, é dirigido também contra milhões de argelinas e argelinos empenhados numa revolução inédita pela queda do Regime.
Apelamos a todas as organizações e militantes ligados à democracia para se associarem a esta iniciativa e/ou tomarem outras iniciativas para pôr fim a esta injusta e ilegítima prisão.”
Comité Nacional pela Libertação de Louisa Hanoune
Argel, 11 de Maio de 2019