Houve o fracasso da entrada da “ajuda humanitária”, tentada por Trump e o seu fantoche Guaidó, cujo objectivo era dividir as Forças Armadas, de alto a baixo, para dar o golpe que derrubasse Maduro; depois, aconteceu a perda de impulso das mobilizações da oposição; e, em seguida, começaram os ataques à rede eléctrica.
A 7 de Março, o país afundou-se num apagão por quase cem horas e, nas últimas semanas, continua sofrendo apagões intermitentes. Apesar disso, diminuiu o papel de Guaidó (inclusive em sectores da oposição) e cada manifestação contra Maduro teve como resposta manifestações, iguais ou maiores, do povo chavista contra o imperialismo e os seus agentes locais!
Quem provocou o apagão?
A revista de negócios e economia mundial Forbes, dos EUA, afirmou – num dos seus artigos recentes – ser “muito realista” que a causa do apagão, iniciado a 7 de Março, tenha sido um ataque cibernético ao sistema da Barragem hidroeléctrica de Guri. O que confirma a versão do governo de Maduro sobre o facto.
Entretanto, a situação do Sistema Eléctrico Nacional (SNE) estava e continua precária. Ele é vulnerável não só a ataques de “hackers”, mas a factores climáticos (como secas), e vem operando apenas com base na geração de electricidade de Guri. As unidades termoeléctricas, que poderiam suprir necessidades locais, padecem do cerco económico dos EUA, o qual impede a PDVSA (empresa estatal do petróleo) de importar o combustível necessário para elas.
O impasse e a crise continuam
É nesta situação difícil que o povo trabalhador se defende da agressão imperialista, enquanto tardam medidas concretas a seu favor, por parte de Maduro. Esta é a base do impasse político e do aprofundamento da crise económica.
Uma intervenção militar, que não se descarta, não parece ser a cartada imediata de Trump, que continua a apostar no caos interno da Venezuela.
Além de um plano imediato de recuperação do Sistema Eléctrico, seria preciso suspender o pagamento da dívida externa, de forma a ter recursos para investir na retoma da produção e satisfazer as necessidades do povo. É preciso rever as tabelas salariais e fazer respeitar as convenções colectivas, ao mesmo tempo que é essencial controlar os preços que disparam.
Mas o Governo não ataca a hiperinflação, que – além de corroer os salários – prejudica os interesses da burguesia local, a qual sabota a economia. O que o Governo procura é negociar com sectores da oposição uma saída eleitoral, que não implique a renúncia de Maduro, contando para isso com o apoio da China e da Rússia.
O povo trabalhador ainda não disse a última palavra, mas é certo que continua a ser decisivo na defesa da nação contra o imperialismo.
O nosso correspondente Alberto Salcedo,
Membro do Colectivo Trabalho e Juventude