A 19 de Janeiro, em Budapeste, teve lugar uma manifestação – organizada pelos sindicatos, associações e grupos políticos – com milhares de manifestantes, contra o regime autoritário do Primeiro-ministro, Orban, nomeadamente contra a sua reforma do Código do Trabalho.
À cabeça uma bandeirola dizia: “Basta!”. Havia muitos estudantes presentes com outra bandeirola: “Os estudantes juntos com os trabalhadores, abaixo a Lei da escravatura!”. No final da manifestação foi proposto, na tribuna, que os sindicatos apelem à greve e à manifestação, a 14 de Março.
Esta reforma do Código do Trabalho prevê um aumento do número de horas extra que os empregadores podem exigir anualmente, com o limite de horas suplementares a passar das anteriores 250 horas para 400.
A 8 de Dezembro de 2018, a Confederação Nacional dos Sindicatos Húngaros (MASZSZ), tinha organizado um protesto, também em Budapeste, exigindo a retirada do projecto de Lei, que foi adoptado pelo Parlamento húngaro a 11 de Dezembro.
O dirigente desta Confederação, Laszlo Kordas, considerou que a Lei “ataca uma parte importante da sociedade” e que com ela “os empregados serão obrigados a trabalhar mais 50 dias por ano”.
Gyorgy Kalman, de 47 anos, empregado na indústria automóvel que se deslocou da cidade de Gyor para participar nessa manifestação, disse à Agência France Press: “São os salários que devem ser aumentados, e não as horas suplementares”.
Pelo seu lado, o Governo defendeu a reforma, considerando que permite a quem quer trabalhar e ganhar mais fazê-lo sem barreiras burocráticas.
Segundo uma sondagem do Instituto Policy Agenda, feita em vésperas da votação dessa Lei, 83% dos Húngaros eram contra ela.
Na Hungria, a resistência aprofunda-se contra Orban e as medidas do seu Governo.