A Autoridade Palestiniana proíbe as manifestações de apoio a Gaza (1)

Manif_Ramallah_13_6_2018

O pessoal de segurança da Autoridade Palestiniana face a uma manifestação em Ramallah, a 13 de Junho de 2018.

A 11 de Junho, pela primeira vez desde há anos, foi organizada uma manifestação em Ramallah (Cisjordânia ocupada) para exprimir o apoio aos Palestinianos da Faixa de Gaza. Os manifestantes pediam, em particular, o fim das medidas punitivas que têm sido tomadas e o levantamento do embargo contra a população de Gaza.

Várias outras manifestações se seguiram. As forças da ordem da Autoridade Palestiniana posicionaram um dispositivo policial considerável para dispersar e reprimir os manifestantes. A Autoridade Palestiniana – fundada pelos Acordos de Oslo, em 1993, e representada por Mahmoud Abbas – tornou-se um parceiro zeloso do Estado de Israel, fazendo de polícia, com determinação, à conta dos colonos israelitas.

No seguimento desta mobilização, a Autoridade Palestiniana decidiu proibir as concentrações, acusando os participantes de serem membros do Hamas, pretexto habitual para reprimir e encarcerar os que se lhe opõem. A Autoridade Palestiniana – que prefigura para as grandes potências a perspectiva de um Estado palestiniano – reconduz este objectivo à sua justa realidade: controlar e reprimir o povo palestiniano, fazendo tudo para impedir a junção das reivindicações, a começar pela da unidade nacional, entre os Palestinianos da Cisjordânia, os da Faixa de Gaza e os do interior das fronteiras de 1948 (a Palestina histórica).

Como o indica o documento adoptado no final do Encontro constitutivo do Comité Internacional de Ligação e Intercâmbio (2): Na Palestina, o movimento da Grande Marcha pelo retorno dos refugiados, estruturado através de comités populares, afirmasemana após semana – a sua determinação, que é a mesma de todo o povo palestiniano em luta pela sua emancipação nacional. No interior do Estado de apartheid israelita, em Gaza, em vários lugares da Cisjordânia, as mesmas palavras de ordem surgem nas manifestações: nós somos um só povo, temos o mesmo sangue, o mesmo destino e queremos retornar à nossa terra! Como em todo o mundo, na Palestina a mobilização contra a opressão e a política do imperialismo coloca a questão dos obstáculos, levantados em particular por aqueles que estão ligados à armadilha dos acordos de Oslo.”


  1. Transcrevemos de Informations ouvrières (Informações Operárias, semanário do Partido Operário Independente, de França) esta nota, publicada no seu nº 508, de 20 de Junho de 2018.
  2. Ver https://aitportugal.wordpress.com/2018/06/20/ait-contitui-comite-internacional-de-ligacao-e-intercambio/

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s