Venezuela: O lugar dos trabalhadores na nova etapa

Ordonez

Depoimento de Raúl Ordóñez, deputado na Assembleia Constituinte e Presidente da Federação dos Trabalhadores das Hidroeléctricas

As eleições em si não resolvem nada. Se não forem tomadas medidas, a economia continuará a navegar no meio de uma tempestade incrementada e cada vez mais dura, ao menos de imediato (a me­nos que…).

A principal promessa eleitoral de Maduro foi tomar as rédeas da situação económica. Com o triunfo eleitoral conta com uma base firme para isso, conta com uma Assembleia Nacional Constituinte e uma oposi­ção dizimada e dividida. De modo que não há desculpa para deixar de assumir as decisões que o povo trabalhador reclama para fazer face às suas calamidades económicas.

A produção de alimentos: prio­rizando abastecimentos básicos, de acordo com as necessidades nutricionais do país. Reordenamento da posse e distribuição das terras; plano de financiamento para todos os sectores que geram produtos primários.

Recuperação e melhoria do Siste­ma de Saúde público nacional. Recuperação das infra-estruturas e uma forte subida do salário do pessoal do sector da Saúde.

Recuperação e fortalecimento do Sistema Educativo nacional.

Recuperação dos serviços pú­blicos: transporte, água, sistema eléctri­co nacional, comunicação telefónica e Internet. Com critérios de poupança, auste­ridade e máximo rendimento dos re­cursos, incorporando a cogestão e co­-responsabilidade do povo organizado.

Recomposição ética da Função Pública, com a participação em todo o processo do povo trabalhador organizado, que constitui uma das principais bande­iras da Plataforma de luta em que estou integrado.

Sabemos as dificuldades finan­ceiras que o Estado atravessa, mas também temos em conta os enormes recursos que são esbanjados e mal gastos, sem esquecer os elevados níveis de corrupção na Administração pública.

Pensamos que o povo trabalhador venezuelano é paciente e nobre, e não está à espera de soluções para amanhã. Quer sim que lhe seja mostrado um caminho, com clareza. Não o Plano da Pátria, que é um projecto estratégico; ele quer medidas práticas, a médio pra­zo, que lhe restaurem a esperança, abrindo um caminho que lhe faça crer que será possível superar as dificuldades eco­nómicas actuais.

Estamos em guerra e Trump não nos deixará em paz. Mas se resistirmos, crescerá a solidariedade e não seremos destruídos co­mo nação.

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