Os ferroviários franceses já fizeram 21 dias de greve desde 3 de Abril e o Governo de Macron não os consegue fazer recuar. Na bandeirola pode ler-se: Utentes e ferroviários / A SNCF (Companhia nacional dos Caminhos-de-Ferro) não é para vender / Em conjunto defender e desenvolver o serviço público.
A greve dos ferroviários franceses (SNCF), que se mantém desde o dia 3 de Abril, obrigou o Primeiro-ministro, Edouard Philippe, a reunir-se a 7 de Maio com as confederações sindicais. Ele declarou que a lei – aprovada em primeira leitura na Assembleia Nacional – não sofrerá nenhuma modificação de fundo, ainda que haja margem para fazer algumas emendas nas próximas discussões no Senado. O que os trabalhadores rejeitam é precisamente o “fundo” dessa lei, cujos três eixos principais são: abertura à concorrência, transformação em sociedade anónima e fim do estatuto profissional.
Por outro lado, diz o Primeiro-ministro, se o Estado assumir a dívida da SNCF “essa dívida aumentada recairá sobre o conjunto dos Franceses”, os quais “têm direito a ser exigentes com a SNCF para que não contraia mais dívidas”. Uma mentira seguida de uma chantagem. A dívida não é dos ferroviários nem dos Franceses em geral, mas dos sucessivos governos, que pretendem agora que a SNCF pague el preço das suas próprias decisões (a construção da rede de alta velocidade a partir da década de 80).
As federações dos ferroviários vão reunir-se para decidir sobre a continuidade da mobilização. A Central sindical cristã, CFDT, parece aceitar a proposta do Governo.