Enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Santos Silva, preconiza “contenção às duas partes em litígio” – colocando assim no mesmo plano o Exército israelita (e o seu massacre de dezenas de mortos e milhares de feridos) e os jovens palestinianos (que lançam pedras contra ele) – a situação no terreno é insustentável, como mostra o mapa que compara o território da Palestina há 70 anos e agora.
O POUS divulga o comunicado de 15 de Maio do Partido Operário Independente (POI), de França, membro do Acordo Internacional dos Trabalhadores e dos Povos (AIT).
Dois mil e quatrocentos feridos, 55 mortos, muitos outros entre a vida e a morte, homens, mulheres e crianças, eis o resultado provisório do massacre organizado pelo Exército israelita, na segunda-feira, 14 de Maio de 2018.
Repressão feroz contra os manifestantes que exigiam o levantamento do bloqueio, o direito ao retorno para as suas cidades e aldeias.
O Governo israelita, apoiando-se nos seus aliados, os EUA (mas também o Governo francês), sentiu-se livre para organizar o massacre, ordenando ao Exército que lançasse gás e disparasse sobre uma multidão de famílias palestinianas que vieram manifestar-se pacificamente.
Manifestamos o nosso inabalável apoio ao povo palestiniano, às manifestações imediatas que ocorreram na Galileia na noite do massacre, e apoiamos a manifestação organizada nesta terça-feira, 15 de Maio, em Telavive.
Manifestamos também o nosso apoio ao apelo à greve geral nos territórios palestinianos, incluindo os territórios de 1948, também nesta terça-feira, 15 de Maio.
Manifestamos a nossa indignação quando Donald Trump se congratulou, no dia 14 de Maio, com a inauguração da sua embaixada dos EUA em Jerusalém, no momento em que homens, mulheres e crianças e trabalhadores palestinianos eram assassinados pelo Exército israelita.
Manifestamos também a nossa indignação em relação às declarações de Emmanuel Macron, criado de Trump, que vê neste massacre apenas “violências”. Macron faz parte dos “líderes” que empenharam a França, sob a tutela de Trump, numa política de guerra no Médio- Oriente, o que permitiu este massacre perpetrado pelo Governo israelita.
Desde há quarenta anos, os “planos de paz” organizados pelas instituições do imperialismo só resultaram em massacres do povo palestiniano.
O Partido Operário Independente condena, sem reservas, esta matança e apoia o povo palestiniano na sua resistência e determinação pela liberdade, a soberania, a terra e o direito ao retorno.
Secretariado permanente do POI, 15 de Maio de 2018, 11 horas