Transcrevemos de Informations ouvrières (Informações Operárias, semanário do Partido Operário Independente, de França) uma pequena nota sobre a viagem de Macron aos EUA, da autoria de Lucien Gauthier, publicada no seu nº 501, de 2 de Maio de 2018.
Macron foi aos EUA apresentando-se como o mediador entre Trump e a União Europeia, mas também como mediador entre Trump e Putin; e, perante estudantes americanos, propôs-se mesmo ser mediador entre o Dalai-Lama e a China.
As imagens publicadas pelos órgãos da Comunicação Social mostram os abraços e os gestos amistosos entre Trump e Macron. Tanto um como outro repetiram: «Somos amigos.» Macron tinha-se apresentado como aquele que ia modificar a perspectiva de Trump referente ao Acordo sobre o nuclear com o Irão e, também, em relação ao Acordo de Paris sobre o clima.
Mas os abraços não modificaram nada. Trump reafirmou o seu ponto de vista em relação ao Acordo sobre o clima e a sua decisão de sair do Acordo sobre o nuclear com o Irão, reconduzindo assim Macron à realidade da relação de forças. Aliás, o próprio Macron teve de reconhecê-lo, ao declarar não estar em desacordo com a ideia de um novo Acordo com o Irão, dando assim um passo em direcção à posição de Trump.
O “barulho” e a propaganda da Comunicação social sobre a viagem de Macron aos EUA tinham apenas um objectivo: dar-lhe uma postura internacional, para tentar consolidar a sua posição em França, porque para o resto do mundo ele conta com outros… Angela Merkel foi recebida por Trump, quatro dias após este ter recebido Macron. Trump reiterou a sua posição sobre o Irão e manteve o seu anúncio de taxar as importações europeias para os EUA. Trump também anunciou que se deslocaria ao Reino Unido, a 13 de Julho.
Por outro lado, Pompeo – ex-Director da CIA e actualmente novo Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros de Trump – vai participar na Cimeira da NATO, em Bruxelas, a fim de pedir aos Estados europeus mais financiamento para a NATO e mais participação nas operações militares.
O Chefe do Estado-Maior dos EUA – no decorrer de uma sessão do Congresso sobre as tropas americanas na Síria – revelou que Forças especiais francesas estavam lá presentes, desde há algumas semanas, «para nos reforçar».
A 29 de Abril, a União Europeia decidiu aumentar o seu Orçamento para a Defesa, em 20 mil milhões de euros. É esta a resposta às exigências dos EUA, em relação à União Europeia, de reforço dos seus orçamentos militares e de contribuir para as tarefas de manutenção da ordem à escala mundial.