As guerras “morais” imperialistas

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Transcrevemos de Informations ouvrières (Informações Operárias, semanário do Partido Operário Independente, de França) uma pequena nota, da autoria de Michel Sérac, sobre o bombardeamento aéreo à Síria, publicada no seu nº 499, de 19 de Abril de 2018.

Nada como uma boa guerra para redourar o brasão manchado de Presidentes desacreditados!

Na sua postura grotesca de xerife do planeta, Trump quer fazer esquecer o ex-Director du FBI que o compara a “um chefe mafioso”. Com a sua parada guerreira, Macron espera colocar em sentido políticos e órgãos da Comunicação Social, e esconjurar a luta de classes.

Quem quer cantar louvores chauvinistas ao “nosso” imperialismo deve saber fazer uma distinção clara entre as armas químicas que massacram para promover o Bem do Ocidente e as das Forças do Mal. O fósforo branco usado por Israel na operação “Chumbo fundido” – desencadeada sobre o território mais densamente povoado do mundo (1100 mortos palestinianos) – é legítimo para os governos sedeados em Paris e em Washington.

O napalm a 815°C, diz-nos Kim Phùc (1), provoca “o sofrimento mais atroz que vocês possam imaginar”. Mas, embora sendo abundantemente utilizado pelas potências predadoras, ele é tão proibido como o “gás laranja”. Este “herbicida” – com que o Pentágono inundou o Vietname – fez milhões de vítimas, nomeadamente bebés nascidos sem cérebro (2).

Macron ordenou a sua incursão sobre a Síria após ter abraçado o melhor cliente da Dassault (3), Ben Salmane, rei da Arábia Saudita, cujos aviões fabricados em França mataram 10 mil civis no Iémen. Alvos preferidos do rei: os hospitais, as escolas, os casamentos,… Mas os órgãos de Comunicação franceses dir-vos-ão que este grande amigo do Eliseu (4), que decapita os seus opositores em público, é um homem progressista, porque já permitiu que as mulheres tenham acesso à carta de condução… embora continuem a ter que obedecer ao seu filho, ao seu marido ou ao seu pai!


  1. A foto desta rapariguita a correr, nua e com as costas a arder – aquando de um ataque com napalm à sua aldeia – ficou mundialmente conhecida. Ela conseguiu ser salva após 14 meses de hospitalização.
  2. A fábrica química Monsanto teve que indemnizar 40 mil veteranos de guerra dos EUA.
  3. Empresa francesa fabricante de aviões militares.
  4. Palácio que constitui a residência oficial de Macron.

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