O POUS divulga a seguinte tomada de posição:
Apelo de militantes do Labour Party (Partido Trabalhista) e de sindicalistas contra União Europeia e Cameron
(Publicado a 9 de Junho de 2016 pelo Camden New Journal)
«Muitos de entre nós, à esquerda, tememos que a posição do Labour Party (Partido Trabalhista), em relação à Europa, prejudique a sua base eleitoral. Numerosos membros do Labour Party, sindicalistas e socialistas tal como nós receiam que a campanha do Labour Party para ficar na União Europeia – uma instituição qui cerceia os nossos direitos e apoia o grande patronato – possa prejudicar os seus futuros resultados eleitorais.
Dizem-nos que a União Europeia nos protege dos ataques dos Conservadores. Ora a Comissão Europeia aclamou a política de habitação do Governo actual.
A União Europeia nunca se opôs às leis anti-sindicais, as quais infringem as Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A União Europeia apoia o grande patronato contra o povo.
É uma Comissão Europeia não eleita e um Banco Central que tomam as decisões.
A União Europeia é irreformável: é necessária a permissão dos 28 Estados-membros para modificar os seus Tratados fundamentais.
Trata-se de um mito dizer que a União Europeia defende os direitos dos trabalhadores: os Sindicatos dos ferroviários (RMT e Aslef), tal como o Sindicato dos Padeiros, explicam: “Praticamente todas as leis que protegem os trabalhadores na Grã-Bretanha são leis nacionais, que foram conquistadas pelas lutas e campanhas dos sindicatos britânicos com o movimento operário.” São os internos de Medicina e os professores – e não a União Europeia – que defendem actualmente os nossos Serviços públicos de Saúde e de Educação.
A democracia, a liberdade e a soberania dos povos da Europa não existem por ter sido criada a União Europeia. Quando milhões de refugiados da África e do Médio-Oriente fogem das guerras, a fortaleza Europa erige barreiras e arame farpado, e deporta esses refugiados para a Turquia.
A eleição de Jeremy Corbyn mostrou que o povo quer um Labour Party que se dedique à defesa dos direitos dos trabalhadores contra a política de austeridade de Cameron.
Ora um tal Governo trabalhista cometerá uma infracção face às regras da União Europeia que proíbem a qualquer Governo retomar às companhias privadas os Serviços públicos privatizados.
Cameron e Osborne (Chanceler do Tesouro do Reino Unido) ficarão liquidados se perderem este referendo.
O Partido Conservador desagrega-se.
A 23 de Junho, um voto a favor da saída da União Europeia é a via mais rápida para nos livrarmos dos Conservadores e salvar a nossa democracia.
Fazemos um apelo aos nossos camaradas do Labour Party, aos sindicalistas e aos socialistas para que votem pela saída da União Europeia, a 23 de Junho.»